quarta-feira, 23 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que é filosofia? Sócrates, Platão e Aristóteles

Uma video-aula onde é explicada a definição de filosofia de uns dos grandes filosofos da época são eles Sócrates, Platão e Aristóteles.


Biografia de Platão


Um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental, Platão, cujo nome verdadeiro era Aristócles, nasceu de uma família rica, envolvida com políticos. Muitos estudiosos de sua obra dizem que o grego ficou conhecido como Platão por causa do seu vigor físico e ombros largos ("platos" significa largueza). A excelência na forma física era muito apreciada na Grécia antiga e os seus "diálogos" estão repletos de referências às competições esportivas. Ainda na juventude, tornou-se discípulo de Sócrates, com quem conviveu durante oito anos, iniciando-se na filosofia. Depois de acompanhar todo o processo que condenou o seu mestre (Sócrates, acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos "deuses", foi obrigado a beber o veneno cicuta, que o levaria à morte), Platão, desiludido com a democracia ateniense, viaja para outras cidades da Grécia, Egito e sul da Itália, e começa a escrever.
            Platão teve uma educação semelhante à dos jovens aristocratas da sua época, recebendo aulas de retórica, música, matemática e ginástica. Em 387 AC, funda em Atenas uma escola chamada Academia, com uma exigência, escrita na fachada: "Que aqui não entre quem não for geômetra". Em pouco tempo, esta escola tornou-se um dos maiores centros culturais da Grécia, tendo recebido políticos e filósofos como Aristóteles, Demóstenes, Eudoxo de Cnido e Esquines, entre outros. A sua obra conta com 28 diálogos (alguns historiadores dizem que foram 30) basicamente centrados em Sócrates, onde procura definir noções como a mentira (Hípias menor), o dever (Críton), a natureza humana (Alcibíades), a sabedoria (Cármides), a coragem (Laques), a amizade (Lísis), a piedade (Eutífron) e a retórica (Górgias, Protágoras). Entre 387 e 361 AC, escreveu Menexeno, Ménon (sobre a virtude), Eutidemo (sobre a erística), Crátilo (sobre a justeza dos nomes), O banquete (sobre o amor), Fédon, a república (sobre a justiça), Fedro, Teeteto (sobre a ciência) e Parmênides. Os diálogos da maturidade são O sofista (sobre o ser), O político, Timeu (sobre a natureza), Crítias (sobre Atlântida), Filebo (sobre o prazer) e As leis. O filósofo também deixou algumas cartas.
            Pela tradição familiar, o seu destino deveria ser a política. Mas, a experiência dos políticos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404AC/403 AC), entre os quais estavam dois de seus tios, fez Platão afastar-se dessa forma de política. De acordo com o filósofo, uma cidade-modelo deveria distribuir os seus habitantes em três segmentos: os sábios deveriam pertencem à ordem dos governantes, os corajosos, que deveriam zelar pela segurança, à ordem dos guardiões, e os demais, responsáveis pela agricultura e comércio, fariam parte da ordem dos produtores. O filósofo também não concordava que os políticos mais votados assumissem os principais cargos em uma cidade ou país. Para Platão, nem sempre o mais votado era o mais bem preparado. Dentro deste contexto, era necessário criar uma alternativa para impedir que a corrupção e a incompetência tomassem conta do poder público.
            A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. A atividade literária do filósofo grego compreende mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates até a sua morte.

sábado, 5 de novembro de 2011

Diálogos de Platão

Os diálogos de Platão representam a filosofia platônica na sua forma escrita. Ao contrário de seus predecessores pré-socráticos (que escreveram ora em poesia, ora em prosa) e de seu mestre Sócrates (que, deliberadamente, não deixou nenhum escrito), Platão confiou ao diálogo a expressão e transmissão de sua filosofia. O diálogo platônico tem sua origem na dialética socrática e visa reproduzi-la.
Trinta e cinco diálogos e treze cartas são tradicionalmente atribuídos a Platão. No entanto, é tema de controvérsia e discussão tanto a autenticidade quanto a cronologia dos diálogos. Já na Antiguidade circulavam textos sabidamente apócrifos com o nome de Platão. Também não há acordo a respeito da autenticidade das cartas. Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.
A organização clássica da obra platônica em tetralogias deve-se ao gramático alexandrino Trasilo de Mendes (que também organizou as obras de Demócrito de Abdera do mesmo modo). A tetralogia dos diálogos platônicos organizados por Trasilo tem a seguinte disposição, onde as obras assinaladas com (*) tem autenticidade duvidosa e as obras assinaladas com (**) são consideradas apócrifas:
I. Eutífron · Apologia de Sócrates (Monólogo) · Críton · Fédon
II. Crátilo · Teeteto · Sofista · Político
III. Parmênides · Filebo · O Banquete · Fedro
IV. Primeiro Alcibíades (*) · Segundo Alcibíades (**) · Hiparco (**) · Amantes rivais (**)
V. Teages (**) · Cármides · Laques · Lísis
VI. Eutidemo · Protágoras · Górgias · Mênon
VII. Hípias maior (*) · Hípias menor · Íon · Menexêno
VIII. Clitofon (*) · A República · Timeu · Crítias
IX. Minos (**) · Leis · Epínomis (**) · Epístolas (*)
Além destas obras, os seguintes diálogos circularam sob o nome de Platão:
Axíoco (**) · Definições (**) · Da justiça (**) · Da virtude (**) · Demódoco (**) · Sísifo (**) · Hálcion (**) · Eríxias (**)
A correta avaliação dos escritos platônicos, as ligações entre os temas abordados nos diálogos além dos problemas de cronologia e autenticidade suscitam debates. Todavia, um dos mais intricados problemas relacionado ao pensamento de Platão diz respeito ao que se convencionou chamar de doutrina não-escrita. Tal doutrina Platão não desejou confiar à escrita, uma vez que a julgava demasiado complexa e de suma importância para uma exposição convencional. Freqüentemente, as personagens que figuram nos diálogos platônicos são personagens históricas, como, por exemplo, Parmênides, Górgias e Protágoras. Outras personagens, entretanto, parecem fictícias ou de existência duvidosa.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1logos_de_Plat%C3%A3o

Apologia de Sócrates

Apologia de Sócrates (por vezes simplesmente Apologia) é a versão de Platão de um discurso dado por Sócrates. Apologia de Sócrates é considerado o segundo livro da tetralogia formada pelos seguintes diálogos: Eutífrone, onde vemos o filósofo, ainda livre, indo para o tribunal a fim de conhecer as acusações que lhe foram movidas pelo jovem Meleto; a Apologia, com a descrição do processo; o Críton, com a visita de seu amigo mais querido ao cárcere; o Fédon, com os últimos instantes de vida e o discurso sobre a imortalidade da alma. Em Apologia de Sócrates, o mesmo faz sua defesa sobre as acusações de "corromper a juventude, não acreditar nos deuses e criar a nova Deidade". (criar novos Deuses)

Síntese da obra

Sócrates começa a sua defesa advertindo que dirá unicamente a verdade e, ao mesmo tempo, afirmando que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenha sido tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez. Demarca-se aqui a contraposição entre a sofística e a filosofia: Sócrates, representante maior desta na obra platônica, alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a retórica própria desse ambiente pronunciará exclusivamente a verdade, sua preocupação como filósofo; seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus interesses. O filósofo resgata as acusações que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas poderiam influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. As denúncias que pesam contra Sócrates são a de não reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos e, também, de corromper a juventude, pelo que receberia pena capital, caso fosse julgado culpado. Essa acusação é assinada por Meleto, que representa os poetas, mas não somente ele; também Ânito, representante dos políticos e artífices, e Licon, ligado aos oradores, tendo os três o mesmo direito de palavra no desenvolvimento do processo.
Pouco se sabe sobre Mileto. Teria sido um tragediógrafo, cujos motivos para acusá-lo Sócrates alega desconhecer. Ânito é tido como o provável mentor do processo. Era um cidadão importante, pertencente a uma família de ricos comerciantes de curtumes; fora general a serviço de Atenas, durante a Guerra do Peloponeso. Destacou-se no cenário político ateniense por ser contra os Trinta Tiranos, ganhando simpatia por não pleitear recompensas pelos prejuízos econômicos que sofrera durante a oligarquia. As razões que o levaram a acusar Sócrates foram muitas, dentre elas, o relacionamento desaprovado de seu filho com o filósofo. Sobre Licon, pouco se sabe. Foi um orador relativamente afamado em Atenas, cujos motivos para a acusação Sócrates afirma desconhecer. Em sua defesa, Sócrates, que atesta veementemente sua franqueza, busca um elemento que possa convencer os juízes de sua sabedoria. Menciona que o Oráculo de Delfos afirmou ser ele o homem mais sábio de sua época, pois, ao inquirir os políticos, os poetas e os artífices, todos afirmavam obter a plena sabedoria; e que somente ele, Sócrates, era o verdadeiro sábio, porque tinha a plena noção de sua “douta-ignorância” (“Sei que nada sei”). Depois de ser julgado, enquanto aguarda a sentença, Sócrates volta à idéia de fazer o que pensa ser justo, mesmo que suas ações o levem à morte. Toma como exemplo Aquiles, que, mesmo sabendo que seu ato iria levá-lo à morte, recusou-se a agir injustamente, vingando a morte de seu grande companheiro Pátroclo. Ao ser julgado, Sócrates diz não estranhar a decisão, mas sim a razão dos votos contra (230) e a favor (280) da condenação, pois, se apenas 30 juízes da acusação tivessem votado contra, ele teria sido absolvido. Afirma que deveria fazer parte dos célebres que se encontram no Pritaneu e lamenta as leis de Atenas, que lhe concedem pouco tempo para sua defesa, em comparação a outras cidades em que a lei impede que uma pena de morte possa ser ditada em apenas um dia, e que por isso seria impossível se desfazer de tantas acusações em tão pouco tempo. Sócrates declara ter sido condenado pela falta de pudor, mas não pela falta de argumentos e afirma que não se arrepende da sua defesa, pois os que o condenam serão condenados mais tarde. Àqueles que votaram favoravelmente, diz serem justos como juízes. E pronuncia um discurso elogioso sobre a morte, destacando o desconhecimento que o homem tem de sua real natureza, e elencando as duas hipóteses: a da morte ser um sonho eterno e uma ausência de sentidos ou uma simples passagem para outro mundo, regozijando-se com ambas. E termina, afetando a necessidade de encurtar a sua defesa torpe: "Mas já é hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe excepto Zeus"


http://pt.wikipedia.org/wiki/Apologia_de_S%C3%B3crates

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Solipsismo – a esquizofrenia filosófica


Você existe? Talvez não. Há uma corrente filosófica que prega que somente “eu” e, conseqüentemente, minhas experiências são reais. Todo o resto, incluindo as demais pessoas, árvores, móveis, etc, são criações de minha mente. Trata-se do solipsismo. É claro que, você que lê esse artigo e possui consciência de sua existência, tem certeza que existe e que, se essa teoria está correta, eu é que sou uma criação sua. Portanto, para entender melhor, vamos colocar você (sim, você que está lendo esse texto) como o “ser existente”, para entender melhor o solipsismo. Você existe. Eu, sua família, seus amigos, colegas de trabalho, pessoas que andam pela rua, enfim, todas as outras pessoas além de você, todas as plantas, prédios, árvores, flores, etc, são criações de sua mente. Nós, as outras pessoas, não temos consciência, pois somos parte da sua consciência. Nós não pensamos. Tudo o que fazemos e falamos é exatamente o que você criou. Podemos ter uma certeza, ou, pelo menos, um de nós pode: “Eu existo”. A partir do momento em que você tem consciência de sua existência e adere ao solipsismo, tudo a sua volta se resume numa grande e complexa ilusão. Você existe e eu te digo que também existo. Mas eu não tenho como lhe provar que eu realmente existo e que não sou uma criação de sua mente, da mesma forma que você também não tem como me provar. Mas como você sabe que existe, a única certeza que pode ter é que, pelo menos você, sem dúvida, é um ser, ou, talvez o único ser. Enquanto eu posso existir de fato, ou não. Para você, sou somente uma possibilidade. Enquanto para mim, você, que está lendo este artigo neste momento, é apenas fruto da minha fértil imaginação. 

Muito interessante esse topico, foi retirado do blog: http://fabricadefilosofia.blogspot.com

Anatomia do filósofo

Quem foi Nietzsche?

 
Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um filósofo e filólogo alemão, nascido em 15 de Outubro de 1844 em Röcken, uma localidade próxima de Leipzig. Ele era filho e neto de pastores (“pastores alemães”), portanto, nasceu no seio do protestantismo. Quando criança, seus colegas de escola o chamavam de “pequeno pastor”, devido a esse legado. Na juventude, ele se especializou em grego, alemão, latim, em estudos bíblicos, até que foi se dedicar aos estudos de teologia e filosofia, em Bonn. Porém, influenciado por seu dileto professor Ritschl, foi para Leipzig e resolveu largar essa formação e partir para os estudos em filologia (sua principal formação). Considerava a filologia não apenas como história e estudo das formas literárias, mas como estudo das instituições e das idéias ou pensamento.
O afastamento de seu berço original (o protestantismo) se evidenciou na vida de Nietzsche como “ruptura” por meio da leitura de filósofos como Fichte e Arthur Schopenhauer, e de poetas como Hölderlin e Lord Byron. A partir de então, ele começa a encontrar asilo no ateísmo e numa leitura da existência como tragédia (coisa que teve a ver também com sua leitura dos gregos). Ao longo de seus 66 anos de existência, até sua morte em 1900, Nietzsche escreveu muitas obras, poemas e cartas. Dentre as mais conhecidas estão: “O nascimento da tragédia” (1871), “Humano, demasiado humano” (1878), “A gaia ciência” (1881), “Assim falou Zaratrusta” (1883), “Além do bem e do mal” (1885), “Genealogia da moral” (1887), “Crepúsculo dos ídolos” (1888) e “O Anticristo” (1888). Hoje, Nietzsche é conhecido dentro e fora dos ambientes acadêmicos como um cético inveterado e ateu, severo crítico do cristianismo, que declarou a “morte de Deus”.

Mito da Caverna de Platão por Maurício de Souza


O mito da caverna é uma das famosas parábolas escritas por Platão. A idéia consiste em pessoas que vivem numa caverna e acreditam que o mundo real é aquilo que aparece na parede: sombras formadas pela luz que entra pela única fresta existente.  As pessoas lutam contra qualquer um que diga o contrário.
 Abaixo uma história em quadrinhos do Piteco, personagem de Maurício de Souza(apresentado em video), que capta perfeitamente a essência do que Platão queria dizer.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Parmênides

O Parmênides de Platão é dividido dramaticamente em dois planos, no primeiro temos o relato de Céfalo de seu encontro com Glaucon, Adimanto e Antifonte, para que Antifonte lhes narrasse o debate entre Sócrates, Zenão e Parmênides, já que este tinha ouvido Pitodoro contar diversas vezes o encontro dos três filósofos. O segundo plano dramático é o das conversações entre Sócrates, Zenão e Parmênides que é relatado por Antifonte. É neste segundo plano dramático que está presente o conteúdo filosófico do diálogo, e é da leitura desta parte que os estudiosos dividem o Parmênides em outras duas ou três partes. As subdivisões mais aceitas e a que usamos em nossos estudos, são as que separam em duas partes o relato de Antifonte, sendo que a primeira parte (127b-137b) contém a exposição da teoria das Formas feita por Sócrates e as críticas que Parmênides faz a esta, por sua vez a segunda parte (137c–166c) contém a demonstração do método de Zenão filosofar, o qual Parmênides sugere que o jovem Sócrates passe a utilizar.
          No que concerne a veracidade do encontro entre Sócrates, Zenão e Parmênides,tal como apresentado no diálogo por Platão, o que pode criar em nos certo grau de dúvida é o fato de que tomamos conhecimento de tal pelo relato de Antifonte que o decorou depois de ouvido varias vezes de Pitodoro que esteve presente no encontro, ou seja, temos contato com o diálogo entre os três filósofos de uma fonte indireta e relatada de memória. Este fato, apesar de nos parecer estranha, não era nada incomum para um grego contemporâneo de Platão, já que em uma época onde poucos sabiam ler a memória era o principal meio da preservação dos fatos. Mesmo com o alto valor de veracidade dado aos relatos de memória na Grécia antiga é muito pouco provável que o diálogo que Platão nos apresentado no Parmênides tenha realmente ocorrido. 


Texto retirado da internet, artigo de Fernando F. Strongren Graduando em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília

Resumo Diálogo de Platão - Sofista


O diálogo empreendido pelo Estrangeiro de Eléia e o seu interlocutor, o jovem filósofo Teeteto, busca definir o sofista através de analogias e análises dicotômicas, tendo como objetivo estabelecer sua verdadeira natureza. Ao mesmo tempo, a definição do sofista serve de parâmetro para conceituar o filósofo, explicitando uma radical diferença entre ambos no que concernem os métodos e as motivações de cada um. Nesta obra, ao criticar o sofista como produtor de simulacros da verdade (aparência), Platão atribui ao filósofo a habilidade de produzir discursos verdadeiros (cópia) com base no método dialético.
Um discurso falso se refere a algo que seja “contrário” daquilo o que realmente é, ou seja, “são os não-seres, o que a opinião falsa concebe.” Para Platão, esta conclusão serviria de refúgio ao sofista que tentaria refutar sua acusação – que este seria um mero produtor de simulacros – com base na teoria de Parmênides de que o não-ser é impensável e indizível. Desta forma, contrariando a teoria pamenidiana, Platão investe na afirmação do não-ser como alteridade do ser e não necessariamente como o contrário do ser, e assim, demonstrando a possibilidade da existência de falsidade em um discurso.
Portanto, o que aparece em primeiro plano neste diálogo de Platão é o debate a cerca do discurso falso em contraposição ao discurso verdadeiro – associado à análise que estabelece o não-ser como alteridade do ser – e a estratégia de relegar a sofística a um plano inferior do conhecimento, em contraste com o saber superior da filosofia. Por outro lado, ao superar as posições contrárias das doutrinas pluralistas e unitárias a cerca do ser, bem como da irredutibilidade do ser ao movimento (Heráclito) e ao repouso (Parmênides), Platão afirma que o verdadeiro ser (a idéia, a forma) é, ao mesmo tempo, uno (em relação às suas cópias finitas no mundo sensível) e múltiplo (em relação à multiciplidade infinita das formas), propondo assim uma nova teoria do ser, ou seja, a do ser metafísico.


Texto retirado do site scribd.com artigo de Caius Brandão

Resumo Diálogo de Platão - Teeteto

Esse texto é um diálogo entre Sócrates e Teeteto sobre o conhecimento. Sócrates mostra a Teeteto que por mais que se tente caracterizar e definir o conhecimento, que se tente formular um conceito sobre ele é impossível chegar a uma definição precisa. Isso, pelo fato do conhecimento estar além da opinião verdadeira e da explicação racional. O conhecimento é por definição, a busca do saber, expresso na célebre frase atribuída a Sócrates: “Sei que não sei”. Sócrates era considerado um parteiro das idéias, porque os libertava para o pensamento, para a filosofia. E é isso que ele faz com Teeteto: provoca o parto das idéias. Por mais que pensamos saber sobre alguma coisa, tudo o que sabemos é limitado a nossos aprendizados e “pré-conceitos”. Portanto, nunca chegaremos à verdade, apenas nos aproximamos. 



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Fedro

O diálogo Fedro se passa fora dos muros de Atenas, debaixo de uma árvore e ao lado de um rio. Neste diálogo, Sócrates tem apenas um interlocutor direto, o próprio Fedro, mas tem dois indiretos, Lísias e Isócrates. Este diálogo pode ser subdividido em três partes: em primeiro lugar, aquela em que se dão os discursos de Lísias e Sócrates sobre o tema do amor; em segundo lugar, a marcada pelo segundo discurso de Sócrates sobre o tema do amor, onde ele apresenta várias informações sobre a alma; em terceiro lugar, a parte em que há a discussão entre Sócrates e Fedro sobre a arte da retórica. Uma questão muito relevante neste diálogo é que ele foge dos parâmetros tradicionais dos diálogos platônicos. Em todos os diálogos, a apresentação do tema é feita estritamente na forma de diálogos entre os personagens, mas no Fedro uma grande parte das apresentações dos temas se dá em forma de discurso, somente na última parte Sócrates retorna ao seu estilo tradicional. Mais propriamente no tema da alma, que é discutido na segunda parte do Fedro, o diálogo abrange uma grande quantidade de assuntos, sem entrar muito em detalhes sobre nenhum deles.
Desse modo, para a compreensão do Fedro é necessário o conhecimento de vários outros diálogos de Platão. No Fedro, apesar de referir-se a vários problemas sobre a alma, Platão fica quase que somente na apresentação destes temas, ele não fornece nenhuma prova racional sobre sua veracidade: toda a discussão em torno da alma é apresentada de uma forma mitológica, e é somente a partir de pressupostos racionais, apresentados em outros diálogos, que Platão demonstra suas teses sobre a alma. Lísias era um mestre na arte da retórica e um cidadão influente nos tribunais. Especula-se que ele foi uns dos responsáveis pela condenação de Sócrates; viria daí, então, o sarcasmo demonstrado por Sócrates ao falar dele.


Resumo Diálogo de Platão - Mênon

O diálogo parte da questão proposta por Mênon a Sócrates: a virtude pode ser ensinada, desenvolvida por exercício ou seria ela constitutiva da natureza? Sócrates responde que não sabe se e nem como poderia ser ensinada, assim como não sabe o que é a virtude. Mênon tenta responder o que ela é enumerando várias atitudes tais como: ser capaz de administrar bem o Estado ou de administrar bem a casa no caso das mulheres. Sócrates recoloca a pergunta: o que ele deseja saber é o que está presente em todas as virtudes, isto é o que faz com que elas se definam e se caracterizem enquanto tais. O que é procurado é o sentido único e abrangente da virtude e não a multiplicidade de formas com que se apresenta. A segunda tentativa de resposta para o significado de virtude por parte de Mênon é: virtude é amar o que é belo e conquistar o poder de obter estas coisas. O diálogo prossegue com a colocação de Sócrates de que a virtude pode ser procurada mesmo não sabendo o que seja. Esta colocação é importante pois enfatiza mais o caminho a ser percorrido do que uma definição pronta e acabada. Através da teoria da reminiscência, situa o método pelo qual o conhecimento das virtudes ou do que quer que seja se dá. O conhecimento de alguma coisa se dá no tanto em que se alcança sua rememoração. O diálogo com o escravo visa exemplificar esse conhecimento já existente e que deve ser recordado.
A alma, sendo imortal contemplou tudo o que existe na terra e no Hades. Ela conhece tudo. Uma constante indagação e busca de resposta para o entendimento da virtude é então o caminho pois não se sabe o que é e tudo o que pode ser conhecido requer um trabalho de rememoração. Aí está uma crítica aos sofistas: eles promovem a indolência ao se apresentarem como mestres detentores de um saber a ser transmitido, isentando o outro deste processo vital de busca incessante. O diálogo prossegue com a distinção entre ciência e opinião verdadeira Haveria possibilidade de ensino da virtude caso ela fosse uma ciência. Mas isto afinal não se confirma. A opinião verdadeira ganha relevância já que ela pode levar a ações virtuosas levando à importante conclusão de que a inteligência não é determinante no processo do conhecimento. A emanação do conhecimento pela conexão com a divindade seria o fator determinante. Dizer a verdade sem o saber exprime essa forma de conhecimento que vai além do que pode ser apreendido racionalmente.



Este texto foi retirado do google artigo de Moura Lima