quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Resumo Diálogo de Platão - Mênon

O diálogo parte da questão proposta por Mênon a Sócrates: a virtude pode ser ensinada, desenvolvida por exercício ou seria ela constitutiva da natureza? Sócrates responde que não sabe se e nem como poderia ser ensinada, assim como não sabe o que é a virtude. Mênon tenta responder o que ela é enumerando várias atitudes tais como: ser capaz de administrar bem o Estado ou de administrar bem a casa no caso das mulheres. Sócrates recoloca a pergunta: o que ele deseja saber é o que está presente em todas as virtudes, isto é o que faz com que elas se definam e se caracterizem enquanto tais. O que é procurado é o sentido único e abrangente da virtude e não a multiplicidade de formas com que se apresenta. A segunda tentativa de resposta para o significado de virtude por parte de Mênon é: virtude é amar o que é belo e conquistar o poder de obter estas coisas. O diálogo prossegue com a colocação de Sócrates de que a virtude pode ser procurada mesmo não sabendo o que seja. Esta colocação é importante pois enfatiza mais o caminho a ser percorrido do que uma definição pronta e acabada. Através da teoria da reminiscência, situa o método pelo qual o conhecimento das virtudes ou do que quer que seja se dá. O conhecimento de alguma coisa se dá no tanto em que se alcança sua rememoração. O diálogo com o escravo visa exemplificar esse conhecimento já existente e que deve ser recordado.
A alma, sendo imortal contemplou tudo o que existe na terra e no Hades. Ela conhece tudo. Uma constante indagação e busca de resposta para o entendimento da virtude é então o caminho pois não se sabe o que é e tudo o que pode ser conhecido requer um trabalho de rememoração. Aí está uma crítica aos sofistas: eles promovem a indolência ao se apresentarem como mestres detentores de um saber a ser transmitido, isentando o outro deste processo vital de busca incessante. O diálogo prossegue com a distinção entre ciência e opinião verdadeira Haveria possibilidade de ensino da virtude caso ela fosse uma ciência. Mas isto afinal não se confirma. A opinião verdadeira ganha relevância já que ela pode levar a ações virtuosas levando à importante conclusão de que a inteligência não é determinante no processo do conhecimento. A emanação do conhecimento pela conexão com a divindade seria o fator determinante. Dizer a verdade sem o saber exprime essa forma de conhecimento que vai além do que pode ser apreendido racionalmente.



Este texto foi retirado do google artigo de Moura Lima